Saiba por que a temática educacional não tem figurado entre as prioridades da gestão municipal vigente. A educação e o estudo são realidades indissociáveis do meu dia a dia. Desde criança, adquiri o gosto pela leitura. Acredito que foi justamente esse hábito, aliado a uma curiosidade em entender como é e como funciona o mundo à nossa volta - própria das crianças -, que me fizeram percorrer a minha ainda curta trajetória acadêmica. Gosto de aprender e de me sentir desafiado. O sentimento de descobrir algo novo a cada dia e, assim, alterar minha visão e meus dogmas sobre a sociedade que nos cerca, é um dos mais satisfatórios prazeres que tenho. E foi justamente movido por esse desejo que, no segundo semestre de 2022, realizei inscrição para compor a nova turma de discentes da especialização em Finanças Públicas ofertada pelo Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG). Lido com políticas e gestão públicas na minha rotina laboral, enquanto servidor efetivo da administração pública de Minas Gerais. Casar a prática profissional com a curiosidade acadêmica não poderia ser melhor consumado do que com essa pós-graduação. Faço essa breve introdução pessoal para, em primeiro lugar, reafirmar o processo contínuo de ensino a que me submeto e, em segundo, para trazer à tona aos caros(as) leitores(as) de Nepomuceno o processo de desinvestimento que a atual gestão municipal - e me refiro especificamente aos detentores de cargos de confiança, não aos heroicos Profissionais da Educação Básica (PEBs) - tem imposto à nossa querida cidade. Muitos dos trabalhos acadêmicos que tenho realizado ao longo deste ano têm por fonte de informação o portal Fiscalizando com o TCE (https://fiscalizandocomtce.tce.mg.gov.br/). Por curiosidade, selecionei os campos referentes à nossa Nepomuceno. Vocês devem saber que, por determinação da Constituição Federal de 1988, o Poder Público municipal se vê obrigado a aplicar, no mínimo, 25% do conjunto total de despesas para a educação pública. Digamos: a cada R$ 100 reais despendidos pela Prefeitura
, R$ 25 têm de ser destinados à pauta educacional - segundo critérios estabelecidos pelo FNDE. Causou-me espanto que o percentual gasto em Nepomuceno esteja à beira do limite: 26,9% das receitas de impostos e transferências obrigatórias foram gastas com educação. É deveras sintomático. Parece-me apenas cumprir tabela. Falta visão de futuro: capacitar e valorizar (salarialmente) os PEBs, reestruturar as escolas, digitalizar o processo de ensino-aprendizagem e de acompanhamento escolar pelos pais/responsáveis, aproximar as metodologias de ensino à realidade dos alunos, etc. Não basta apenas executar, neste caso à risca. Cada centavo do bolso do contribuinte público deve ser o mais bem gerido e aplicado que possível for. Seguindo a regra do (des)governo da Prefeita Iza Menezes e do vice Ricardo Gattini, executa-se o orçamento de improviso e pouco se entrega à população.
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